quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Para ler antes de falar da vida alheia

Quando critica uma situação ou alguém, você pode estar se candidatando a viver a mesma experiência que criticou


créditos á : Zíbia Gasparetto

Há quem se aproxime de você, olhos brilhantes de prazer, para em seguida anunciar: "Já soube o que aconteceu  com fulano?" Em seguida, detalham o acidente, a tragédia, a traição, o erro... É, a tentação e o prazer de uma fofoca fascinam... E, diante deles, certas pessoas nem querem saber se o que vão passar adiante é verdade ou não. Importam-se, apenas, em usufruir de algo que lhes é prazeroso, satisfazendo o próprio ego, provando serem bem-informadas.

Para tentar justificar essa atitude leviana, alegam a inocente intenção de "alertar", "esclarecer" e "prevenir". Mal sabem que cultivar a maldade. A crítica é entrar no mal e atrair energias negativas. A vida responde sempre de acordo com o que você faz. Cuidado, pois quando critica uma situação ou alguém, você demonstra que não está entendendo os fatos de maneira adequada e se candidata a viver a mesma experiência que criticou.

É dessa forma que a vida ensina cada um a enxergar as coisas como são. Ainda assim, há quem insista na ilusão, acreditando que a verdade seja ruim. Dessa forma, prefere dar asas à imaginação, valorizando as crenças da maioria - sem testar se, de fato, elas funcionam ou são verdadeiras.

Tal forma de pensar inverte os valores reais e cria uma cultura de fachada que limita o progresso. O indivíduo acaba preso num círculo vicioso, entre dois extremos: um de depressão e o outro de euforia. Ambos os extremos são frutos da ilusão, ou seja, nunca expressam a realidade.

Quando você está em depressão, não vê suas qualidades, não valoriza as possibilidades que a vida lhe oferece... Sequer nota que o corpo é uma máquina perfeita que lhe foi oferecida para poder viver neste mundo e progredir! Consegue enxergar apenas o que falta. Parece que se encontra em um beco sem saída!

Quando sai da depressão, vai para o lado oposto. Entra na euforia. Como está fora da realidade, não conhece seu mundo interior e não sabe até onde pode ir com segurança. Acaba exagerando e se envolvendo com coisas muito além das suas possibilidades.

Claro que nunca estará bem em nenhuma das situações. Será sempre candidata à desilusão, pois a vida insistirá em levá-la para a realidade. O pior é que poderá permanecer nesse processo durante muito tempo, até em várias encarnações. Talvez seja até necessário a vida pôr em seu caminho uma tragédia, uma dor, um fato que a faça acordar e desejar mudar para seguir adiante.

Só pela análise de suas crenças - pesquisando a verdade, saindo dos chavões culturais, das enganosas artimanhas do pensamento - e mergulhando em seus sentimentos que você poderá começar a encontrar os elementos que a libertarão, sem que seja necessário passar por desafios mais radicais. A abertura da consciência e a percepção de seu mundo interior a farão ficar centrada, mais equilibrada e dentro da realidade. Evitará seu julgamento do comportamento alheio e as duras críticas, implacáveis ao próprio desempenho, como fazia antes.

Quando você se critica, está se agredindo, jogando todo seu poder contra si mesma. Ficar com raiva de você é muito pior do que se alguém a agredisse fisicamente. Aconteça o que acontecer, jamais fique contra você. Errar é natural e todos nós erramos, porque não sabemos todas as coisas. Logo, não se condene. Seja paciente com seus erros, procure aprender com eles.

Não espero que acredite no que estou afirmando, mas medite sobre este assunto. Teste, experimente. Você pode! Há a possibilidade de romper com o círculo vicioso em que se encontra, sem ter de passar por uma situação de risco. Se não o fizer, a vida vai empurrá-la e é melhor ir pela inteligência do que pela dor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário